Saiba quais os efeitos da aliança Eduardo-Marina na política da Paraíba


As análises apontam quase todas
para a mesma interpretação: em consequência de dificuldades que a aliança
Campos-Marina trará para a candidatura Aécio Neves (PSDB) será inevitável a
candidatura do senador Cássio Cunha Lima para garantir o palanque tucano na
Paraíba.
Trata-se da cogitação mais
lógica, perceptível à primeira vista. Ora, se Eduardo Campos e Marina se juntam
o objetivo deve ser ir para o segundo turno das eleições presidenciais. Neste
caso, quem corre risco é a candidatura de Aécio Neves. Nada mais natural,
portanto, que os tucanos se afastem do PSB nos Estados e lancem candidatos ao governo,
como seria o caso da Paraíba.
Mas a política tem seu lado
imperceptível, de mais complexa interpretação. Existe a cogitação de outras
possibilidades de efeito da aliança Eduardo Campos- Marina Silva na Paraíba.
Ponha-se a questão com uma
pergunta: se Cássio romper com o governador e for candidato, quem Ricardo
Coutinho apoiará no segundo turno das eleições presidenciais?
O mais provável é que, tendo
Cássio rompido com o PSB no Estado, Ricardo acabe tendendo a apoiar a
presidente Dilma no segundo turno das eleições, reaproximando-se do PT.
Outra pergunta apropriada: se
Cássio romper e for candidato a governador, quem passará para o segundo turno
das eleições aqui na Paraíba? Ricardo ou Veneziano? É quase natural que essas
duas forças acabem se respeitando um pouco mais já visando uma possível aliança
num provável segundo turno.
Mas é possível também que, dentro
da estratégia nacional, da oposição, Eduardo Campos e Aécio Neves promovam um
acordo de bastidores para o segundo turno. Neste caso, socialistas e tucanos
não se agrediriam e ainda podem fazer alianças nos Estados.
Assim, há também a possibilidade
de PSB e PSDB manterem a aliança na Paraíba para a reeleição de Ricardo por
causa da estratégia de disputa nacional.
Em suma, existem pelo menos três
ou quatro possibilidades de desdobramentos da aliança Marina-Eduardo Campos na
Paraíba:
- rompimento de Cássio com
Ricardo para o PSDB apresentar candidato a governador e garantir palanque para
Aécio Neves;
- manutenção da aliança PSB-PSDB
para a disputa da reeleição de Ricardo, num acordo estratégico dos dois
partidos de apoio recíproco num segundo turno das eleições para presidente;
- em havendo o rompimento de
Cássio, Ricardo pode se reaproximar do PT e da presidente Dilma num possível
segundo turno das eleições;
- com o rompimento de Cássio com
Ricardo e o lançamento de sua candidatura a governador, em virtude da aliança
Marina-Eduardo Campos, é possível até que os partidos de oposição e o
governador se unam num provável segundo turno no Estado e nas eleições
presidenciais.
Tudo vai depender da evolução da
disputa nacional para a presidência da República. Por isso, é preciso esperar
um pouco mais para saber o impacto da aliança Eduardo Campos-Marina Silva na
Paraíba.
Blog do Josival Pereira

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