Delegado revela que prefeito de Jacaraú passa a ser investigado no caso de assassinato do vereador Peron Filho: “Ele será ouvido em breve”
O delegado seccional da Polícia Civil em Mamanguape, Sylvio Rabelo, confirmou nesta terça-feira (18) que o prefeito de Jacaraú, Márcio Aurélio, passou oficialmente a integrar a lista de investigados no assassinato do vereador Peron Filho, morto em 15 de setembro.
A inclusão do gestor provocou a remessa imediata do inquérito ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) em razão do foro privilegiado.
Rabelo detalhou que a mudança no rumo das investigações ocorreu após a polícia receber uma denúncia anônima informando sobre uma reunião envolvendo o prefeito, os dois secretários presos e outros investigados, realizada cerca de 25 dias após o crime.
O delegado explicou que o encontro chamou a atenção da equipe porque não aconteceu em repartição pública, nem em local institucional do município.
“Achamos estranho que essa reunião tenha acontecido num local que foge ao normal. Não era prédio público, nem residência oficial. Nos aprofundamos e coletamos elementos que justificam o envio do procedimento ao TJ”, afirmou.
Segundo Rabelo, outras provas foram reunidas sobre a reunião, mas os detalhes permanecem em sigilo “para não atrapalhar as investigações”.
Secretários presos e suspeita de pistolagem
Participaram da reunião o prefeito e os secretários Jeferson Carvalho e Antônio Fernandes, já presos pela Polícia Civil em outubro. Eles são apontados como possíveis mandantes e investigados por envolvimento com pistolagem, além da suspeita de destruição de provas, como celulares e equipamentos de câmeras de segurança.
Dois supostos executores também foram presos no Rio Grande do Norte, além do dono de uma pousada em Jacaraú, onde, segundo o delegado, ocorreu uma reunião prévia antes da execução do vereador. Todos seguem detidos.
A Polícia Civil ainda identificou que a arma utilizada no crime já havia sido empregada em outros 12 homicídios no Rio Grande do Norte, reforçando a linha de investigação sobre atuação de grupos criminosos na região.
Prefeito deverá prestar depoimento
Questionado sobre a inclusão de Márcio Aurélio como investigado, o delegado foi direto:
“O prefeito pode ser investigado, sim. É por isso que o procedimento subiu para o segundo grau. Não afirmamos que ele participou do crime, mas é estranho esse encontro mais de 20 dias depois da morte do vereador.”
Rabelo informou que o prefeito deverá ser ouvido nos próximos dias:
“Temos diligências urgentes em andamento, mas ele será chamado para depor. É questão de tempo.”
Inquérito segue no TJPB
Com o ingresso do prefeito no rol de investigados, os autos foram remitidos ao TJPB, que, juntamente com o Ministério Público da Paraíba (MPPB), conduz investigações paralelas e complementares. A Polícia Civil continua responsável pelas diligências na região de Mamanguape, agora sob supervisão dos desembargadores.
As apurações seguem em sigilo, e o conteúdo da reunião que motivou a inclusão do prefeito no inquérito ainda não foi revelado.


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