Em 3º dia, Papa celebra missa em Aparecida e visita hospital no Rio


Papa toca a imagem de Nossa Senhora Aparecida que recebeu de presente (Foto: Felipe Dana/AP)
Após uma terça-feira de descanso, o Papa Francisco mostrou fôlego nesta quarta-feira. Pela manhã, celebrou sua primeira missa no Brasil, na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo. Avisou que retorna em 2017, beijou crianças, acenou bastante, almoçou com seminaristas e voltou ao Rio, onde visitou o Hospital São Francisco de Assis. Na instituição no bairro da Tijuca,inaugurou o Polo de Atenção à Saúde Mental, centro voltado principalmente para o tratamento de usuários de crack.

Em discurso no hospital, o Papa comentou sobre "a solução para o problema da depedência química". Ele criticou a possibilidade de legalização, "tão discutida na América Latina". "É necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas. Acompanhando quem está em dificuldade e dando esperando no futuro", disse. "Precisamos aprender a abraçar quem passa necessidades, como fez São Francisco. Frequentemente, o que prevalece em nossa sociedade é o egoísmo."
Antes de falar, ouviu discurso de Dom Orani, arcebispo do Rio. "Aqui se concentram vários trabalhos de prevenção, recuperação e inserção para pessoas adictas. Recordando o compromisso da mãe Igreja com seus filhos que sofrem", comentou Orani. "Sabemos que este trabalho é uma gota no oceano. Peço sua benção para esta obra, para os irmãos que aqui trabalham e para os que vão se recuperar por meio desta rede", disse o arcebispo.
Emocionados, ex-dependentes químicos deram testemunhos na cerimônia de inauguração do centro de reabilitação. Receberam abraços do Papa. Frei Francisco, diretor do hospital, apresentou ao Papa a missão do centro de tratamento. "Santo Padre, a lepra dos nossos dias se chama droga", disse. "Peço que nos ajude a construir uma Igreja mais serva, mais irmã, mais ouvinte", disse o Frei. O Papa recebeu, então, flores e uma escultura feita por internados na instituição.
24/7 - Papa Francisco abraça ex-dependente químico durante visita ao hospital São Francisco (Foto: Alexandre Durão/G1)
Papa abraça ex-dependente químico
O dia do Papa começou quando ele deixou a residência do Sumaré, no Rio, às 7h45 em um carro fechado. Às 8h27 o avião da Força Aérea Brasileira decolou da Base Aérea do Galeão com o pontífice e a sua comitiva, aterrissando em São José dos Campos (SP) às 9h17. De lá, embarcou em um helicóptero também da FAB, chegando a Aparecida (SP) às 10h17.
Chovia e a temperatura era de 7°C quando o Papa cruzou, de papamóvel, a multidão que recepcionou o pontífice no lado de fora da basílica. No trajeto, acenou para fiéis e beijou crianças. No templo, 15 mil pessoas (12 mil fiéis e 3 mil autoridades e religiosos) assistiram à primeira missa do pontífice no Brasil.
Missa em Aparecida

A visita do Papa Francisco à cidade de Aparecida (SP) mobilizou e comoveu milhares de pessoas. Os 12 mil lugares disponíveis dentro da Basílica foram lotados logo cedo. Mesmo com a forte onda de frio que atinge o país, fiéis dormiram ao relento para guardar um lugar e conseguir ficar perto do Papa – que pediu que jovens construam “um país e mundo mais justo, solidário e fraterno” e anunciou volta à cidade em 2017. O balanço da Arquidiocese de Aparecida aponta que cerca de 200 mil pessoas foram para Aparecida.

A roupa usada por Francisco foi feita em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Com valor de cerca de R$ 1 mil, a vestimenta tinha um peixe estampado e emocionou costureiras que participaram da sua confecção.Antes do começo da celebração, Francisco entrou na Capela dos 12 Apóstolos e venerou a imagem de Nossa Senhora Aparecida, recebendo aplausos após fazer uma oração e tocar a imagem da santa. A missa começou com 30 minutos de atraso.
Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e cardeal arcebispo de Aparecida, fez a acolhida do Papa no Santuário Nacional e entregou a Francisco uma imagem de Nossa Senhora Aparecida esculpida em madeira como presente. O pontífice beijou a estátua, exibiu aos fiéis e retribuiu ofertando um cálice ao Santuário.
G1

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