Em 3º dia, Papa celebra missa em Aparecida e visita hospital no Rio
Em discurso no hospital, o Papa comentou sobre "a solução para o problema da depedência química". Ele criticou a possibilidade de legalização, "tão discutida na América Latina". "É necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas. Acompanhando quem está em dificuldade e dando esperando no futuro", disse. "Precisamos aprender a abraçar quem passa necessidades, como fez São Francisco. Frequentemente, o que prevalece em nossa sociedade é o egoísmo."
Antes de falar, ouviu discurso de Dom Orani, arcebispo do Rio. "Aqui se concentram vários trabalhos de prevenção, recuperação e inserção para pessoas adictas. Recordando o compromisso da mãe Igreja com seus filhos que sofrem", comentou Orani. "Sabemos que este trabalho é uma gota no oceano. Peço sua benção para esta obra, para os irmãos que aqui trabalham e para os que vão se recuperar por meio desta rede", disse o arcebispo.
Emocionados, ex-dependentes químicos deram testemunhos na cerimônia de inauguração do centro de reabilitação. Receberam abraços do Papa. Frei Francisco, diretor do hospital, apresentou ao Papa a missão do centro de tratamento. "Santo Padre, a lepra dos nossos dias se chama droga", disse. "Peço que nos ajude a construir uma Igreja mais serva, mais irmã, mais ouvinte", disse o Frei. O Papa recebeu, então, flores e uma escultura feita por internados na instituição.
| Papa abraça ex-dependente químico |
O dia do Papa começou quando ele deixou a residência do Sumaré, no Rio, às 7h45 em um carro fechado. Às 8h27 o avião da Força Aérea Brasileira decolou da Base Aérea do Galeão com o pontífice e a sua comitiva, aterrissando em São José dos Campos (SP) às 9h17. De lá, embarcou em um helicóptero também da FAB, chegando a Aparecida (SP) às 10h17.
Chovia e a temperatura era de 7°C quando o Papa cruzou, de papamóvel, a multidão que recepcionou o pontífice no lado de fora da basílica. No trajeto, acenou para fiéis e beijou crianças. No templo, 15 mil pessoas (12 mil fiéis e 3 mil autoridades e religiosos) assistiram à primeira missa do pontífice no Brasil.
Missa em Aparecida
A visita do Papa Francisco à cidade de Aparecida (SP) mobilizou e comoveu milhares de pessoas. Os 12 mil lugares disponíveis dentro da Basílica foram lotados logo cedo. Mesmo com a forte onda de frio que atinge o país, fiéis dormiram ao relento para guardar um lugar e conseguir ficar perto do Papa – que pediu que jovens construam “um país e mundo mais justo, solidário e fraterno” e anunciou volta à cidade em 2017. O balanço da Arquidiocese de Aparecida aponta que cerca de 200 mil pessoas foram para Aparecida.
A roupa usada por Francisco foi feita em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Com valor de cerca de R$ 1 mil, a vestimenta tinha um peixe estampado e emocionou costureiras que participaram da sua confecção.Antes do começo da celebração, Francisco entrou na Capela dos 12 Apóstolos e venerou a imagem de Nossa Senhora Aparecida, recebendo aplausos após fazer uma oração e tocar a imagem da santa. A missa começou com 30 minutos de atraso.
Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e cardeal arcebispo de Aparecida, fez a acolhida do Papa no Santuário Nacional e entregou a Francisco uma imagem de Nossa Senhora Aparecida esculpida em madeira como presente. O pontífice beijou a estátua, exibiu aos fiéis e retribuiu ofertando um cálice ao Santuário.
G1

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